sábado, 20 de setembro de 2008

FOCO 34: AS TENSÕES NO TERRITÓRIO CHINÊS !

O mapa acima se refere à República Popular da China mantém um frio relacionamento com o governo indiano, em razão de disputas fronteiriças. Beijing reclama o território de Nefa, que compreende 84 mil quilômetros quadrados do nordeste indiano. Por seu turno, Nova Deli aspira retomar a região de Ak Sai Chin, localizada na Caxemira e ocupada pela China na década de 60. Outro motivo de animosidade da Índia em relação à China é o fato dessa última apoiar o Paquistão em seu conflito com a Índia pela posse da região da Caxemira.
Sem dúvida, o mais grave problema geopolítico da República Popular da China é a questão do Tibete. Em 1911, logo após a revolução nacionalista que proclamou a República da China, Beijing declarou que o Tibete era parte integrante do território chinês. Somente em 1950, as intenções chinesas se materializaram, quando tropas do Exército Popular de Libertação ocuparam a área. Em 1959, nacionalistas tibetanos – defendendo seus valores culturais e as práticas religiosas budistas tradicionais – promoveram um levante contra o governo comunista, sendo esmagados. O fracasso da insurreição fez com que o grande líder religioso do Tibete, o Dalai Lama, fugisse para a Índia onde reside até hoje. Buscando aparar arestas, o governo chinês vem buscando uma aproximação com o Dalai, “convivência pacífica” cada vez mais negada pelos partidários do grande chefe religioso, que hoje contam com explícito apoio de nações e personalidades ocidentais.
Outro problema para o governo de Beijing é o florescimento de movimentos separatistas na região de Sin-Kyang. Aí, somente 38% da população pertencem à etnia Han – amplamente majoritária na República Popular da China. Na região, predominam os Uigures, muçulmanos de origem turca. Em 1991, quando do colapso da União Soviética, duas ex-repúblicas socialistas de religião islâmica, localizadas na fronteira de Sin-Kyang, ganharam independência: o Cazaquistão e a Quirquízia. Os uigures se entusiasmaram pois confiavam no apoio de seus “irmãos étnicos”. Para o dissabor daqueles, os dois países não quiseram entrar em conflito com a poderosa República Popular da China e se abstiveram de qualquer atitude em prol dos separatistas de Sin-Kyang. Além de não contarem com auxílio externo, os nacionalistas uigures, que sonham em criar a República Oriental do Turquestão, perderam o apoio da maioria de sua própria população devido ao grande surto de prosperidade vivido pela região, o que vem anestesiando os anseios emancipacionistas locais.
Finalmente, na Mongólia Interior, também ocorre um movimento separatista da etnia mongol, embora essa última seja minoritária face aos hans. Por esse motivo, e também pela falta de suporte da República da Mongólia, os nacionalistas da Mongólia Interior limitam-se a pedir maior autonomia cultural e democratização da China.

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